Muitas notícias sobre as obras na Ponte Hercílio Luz têm sido veiculadas ultimamente em todos os meios de comunicação da Grande Florianópolis, alguns com alcance Nacional. Até esse ponto nada fora do normal, dada sua importância e o alcance da projeção da sua imagem.
O que nos deixa perplexos é a quantidade de comentários que exprimem opiniões como: demolição, desmontagem, implosão e ruína.
Afinal, como ter orgulho de uma ponte que não funciona?
Para a nova geração a ponte não passa de um cartão postal, uma moldura iluminada, uma plataforma de onde se soltam fogos de artifício nas festas de ano novo.
Pode ser difícil se orgulhar da ponte hoje, principalmente para as pessoas com menos de 30 anos. A memória dos valores da Ponte já está difusa entre a falta de credibilidade da política atual e os feitos visionários de seu idealizador, o governador Hercílio Pedro da Luz, e dos engenheiros Holton D. Robinson e David Bernard Steinman, responsáveis pelo projeto e execução da Ponte.
Muitas são as dificuldades do Estado: saúde, educação, segurança, infra-estrutura...
O governo, que representa o povo, deve fazer o que é melhor para a população. Mas a população está esquecendo os valores da Ponte...
E assim a ponte se tornará um monumento à falta de mobilidade para os cidadãos.
Vamos, então, aterrar as baías para acabar de vez com o problema das pontes?
Vale a pena recuperar a Ponte Hercílio Luz?
Respondemos citando Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”
Mas e quanto à obra em execução?
Recursos foram despendidos para elaboração do projeto de reabilitação da Ponte pelo DNIT, desconsiderá-lo já seria um grande desperdício.
A obra foi iniciada, de acordo com o projeto do DNIT. A primeira etapa foi executada e recursos foram gastos em quatro anos de obra, ignorá-los seria um enorme prejuízo.
A etapa principal da obra foi contratada, compromissos foram assumidos, planejamentos e ajustes elaborados, a obra já iniciou e está em execução. Mudar o escopo do projeto nesta altura não nos parece ser a melhor solução.
Paralisar, ou mesmo “retardar” a obra é um desrespeito ao Patrimônio Nacional, tanto histórico quanto financeiro.
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